Ex-presidente do BCP fartou-se das declarações do investidor... Jardim Gonçalves processa Joe Berardo Jardim Gonçalves fartou-se das acusações que Joe Berardo lhe dirigiu nos últimos 15 meses e pôs os advogados a analisar à lupa as declarações do investidor que, entretanto, processou. | ||||||||||||||
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A gota de água foi a última entrevista dada por Joe Berardo à SIC Notícias, a 18 de Julho. "Passou todos os limites", pode ler-se no processo movido por Jardim Gonçalves contra o investidor, a que o Expresso teve acesso. Frases como "foi mesmo aldrabice que andaram a fazer naquela instituição" e "Jardim Gonçalves faz-me lembrar Salazar" vieram juntar-se a outras que, ao longo dos últimos 15 meses, marcaram a guerra que estalou no BCP e que resultou na investigação a operações feitas pelo banco através de sociedades "off-shore" (sedeadas em paraísos fiscais). As muitas declarações feitas ao longo desse tempo foram vistas à lupa pelos advogados de Jardim Gonçalves. O ex-presidente do BCP considera que tem sido feita uma "sistemática e inaceitável campanha difamatória, recorrendo com enorme frequência aos diversos meios de comunicação social como forma de difundir as ofensas à honra, ao bom nome e à reputação". São "ataques verbais de uma violência sem limites, com o objectivo claro de afectar o bom nome e reputação" de Jardim Gonçalves, como se pode ler no processo. Através desta acção, Jardim pretende que Berardo se retracte publicamente das afirmações sobre si proferidas. Caso o investidor recuse cumprir integralmente tal determinação, deverá então ser obrigado a pagar €500 mil, devendo ainda ser determinada a publicação da sentença, com grande destaque, em jornal de grande circulação. Se Berardo se atrasar no cumprimento da sentença, Jardim pede que ele pague 1000 euros por cada dia. Berardo já disse, entretanto, que não vai pedir desculpas a Jardim Gonçalves. "Ele é que tem de me pedir desculpas a mim", afirma. "E tem de pagar aos accionistas pelo mal que fez ao banco". O empresário madeirense faz questão de reafirmar que ninguém o intimida e que em Setembro vai mesmo entrar com um pedido de indemnização de €700 milhões. "Estamos à espera que o Banco de Portugal solte informação sobre o apuramento de responsabilidades por parte dos ex-administradores", diz Berardo. Os €700 milhões são os prejuízos calculados pelo investidor, resultantes da utilização das "off-shore". Na acção instaurada contra Berardo pode ler-se ainda que "não é admissível que o réu continue a ofender e a difamar Jardim Gonçalves na praça pública, como tem feito, recorrentemente, e com total impunidade. Nem é exigível a Jardim Gonçalves que continue a tolerar passivamente esse comportamento do réu quando tem o direito de ver a sua honra, o seu bom nome e a sua reputação pessoal respeitados". Jardim diz também ter consciência de que um dos intuitos de Joe Berardo é "justamente provocar uma reacção de forma a criar mais uma polémica. Porém, tudo tem um limite. A partir desse limite, o silêncio ou a inacção, ainda que legítimos, podem ser interpretados como medo, sentimento de culpa ou tão-só resignação".
Artigo publicado na edição impressa do dia 9 de Agosto de 2008, Caderno Economia, página 8 ( Exppresso ) | ||||||||||||||
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CMVM aplica multa de 3 M€ ao BCP
O conselho directivo da CMVM decidiu aplicar uma multa de 3.000.000 euros (3 M€) ao Banco Comercial Português (BCP) por violação das normas de «Deveres de Intermediários Financeiros», segundo foi anunciado esta segunda-feira pelo regulador do mercado.
A «contra-ordenação muito grave» aplicada à instituição bancária refere-se a várias infracções, por factos ocorridos entre 2000 e 2007. Entre os factos que justificam a sanção, contam-se a prática de "intermediação excessiva"; dolo por incapacidade de evitar "conflito de interesses" e violação do "dever de conservadoria" e negligência na "qualidade da informação prestada" à entidade de supervisão.
A decisão proferida pelo polícia da bolsa já foi alvo de uma impugnação judicial, nota a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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